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COVID 19: NADA SERÁ COMO ANTES

A Covid-19 veio para modificar nossas vidas e o modo como olhamos para elas. Pelo menos por enquanto não acontece mais a rodinha masculina no bar antes da rodada de futebol do domingo nem os salões de beleza lotados antes dos eventos de fim de semana. Tudo, ou quase tudo. Mesmo quando esse vendaval passar, com certeza o comportamento da sociedade mundial nunca mais será como antes. E os primeiros sinais de que isso certamente acontecerá já se tornam evidentes. Aceitar, assimilar e adotar essa nova realidade será um exercício complicado, mas inevitável. Atividades que talvez levassem décadas para acontecer, já estão em andamento. A pandemia será um marco entre uma era e outra. .O corona vírus está acelerando processos que á estavam em andamento como o home office e a educação á distância ou online. No caso dos educadores como eu, essa nova etapa exige aprendizado pedagógico virtual rápido para passar com eficácia a informação para nossos alunos. Algo como trocar o pneu furado com o veículo andando. Um comportamento mais responsável no aspecto social com seus funcionários e clientes será exigido de empresas e indústrias. Solidariedade e humanidade ganharam novo sentido. Os cuidados com a higiene pessoal e urbana estão ganhando a verdadeira importância que sempre deveriam ter tido. Acabou a história de jogar lixo no quintal do vizinho ou na rua, com o pensamento idiota e irresponsável do “A prefeitura recolhe. Estou pagando”.  “A vida depois do vírus será diferente”, disse ao site Newsday a futurista Amy Webb, professora da Escola de Negócios da Universidade de Nova York. “Temos uma escolha a fazer: queremos confrontar crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou simplesmente preservar o status quo?” Confira as 10 tendências para o mundo pós-pandemia: 1. Revisão de valores sociais e urbanos Os cuidados com a saúde pública ganham novo olhar e o senso de responsabilidade em manter os ambientes com boa qualidade sanitária aumentará em todas as pessoas. Jogar bitucas de cigarro e embalagens vazias de salgadinhos na calçada será mal vista e condenada pela grande maioria das pessoas. Entulho e lixo nos terrenos baldios então, nem pensar. 2. Economizar é preciso A crise financeira decorrente da pandemia por si só será um motivo para que as pessoas economizem mais e revejam seus hábitos de consumo. Como diz o Copenhagen Institute for Futures Studies, a ideia de “menos é mais” vai guiar os consumidores daqui para frente. Mas a falta de dinheiro no momento não será o único motivo. As pessoas devem rever sua relação com o consumo, reforçando um movimento que já vinha acontecendo. “Consumir por consumir saiu de ‘moda’”, escreve no site O Futuro das Coisas Sabina Deweik, mestre em comunicação semiótica pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas-SP e pesquisadora de comportamento e tendências. O outro lado desse processo é um questionamento maior do modelo de capitalismo baseado pura e simplesmente na maximização dos lucros para os acionistas. “O corona vírus trouxe para o contexto dos negócios e para o contexto pessoal a necessidade de revisitar as prioridades. O que antes em uma organização gerava resultados financeiros, persuadindo, incentivando o consumo, aumentando a produção e as vendas, hoje não funciona mais”, diz Sabina. “Hoje, faz-se necessário pensar no valor concedido às pessoas, no impacto ambiental, na geração de um impacto positivo na sociedade ou no engajamento com uma causa. Faz-se necessário olhar definitivamente com confiança para os colaboradores já que o home office deixou de ser uma alternativa para ser uma necessidade. Faz-se necessário repensar a sociedade do consumo e refletir o que é essencial.” 3. Reconfiguração dos espaços do comércio A pandemia vai acentuar o medo e a ansiedade das pessoas e estimular novos hábitos. Assim, os cuidados com a saúde e o bem-estar, que estarão em alta, devem se estender aos locais públicos, especialmente os fechados, pois o receio de locais com aglomeração deve permanecer. “Quando as pessoas voltarem a frequentar espaços públicos, depois do fim das restrições, as empresas devem investir em estratégias para engajar os consumidores de modo profundo, criando locais que tragam a eles a sensação de estar em casa”, diz um relatório da WGSN, um dos maiores bureaus de pesquisas de tendências do mundo. Eis um ponto de atenção para bares, restaurantes, cafeterias, academias que devem redesenhar seus espaços para reduzir a aglomeração e facilitar o acesso a produtos de higiene, como álcool em gel. Os espaços compartilhados têm um grande desafio nesse novo cenário. 4. Novos modelos de negócios para restaurantes Uma das dez tendências apontadas pelo futurista Rohit Bhatgava é o que ele chama de “restaurantes fantasmas”, termo usado para descrever os estabelecimentos que funcionam só com delivery. Como a possibilidade de novas ondas da pandemia num futuro próximo, o setor de restaurantes deve ficar atento a mudanças no seu modelo de negócios, e o serviço de entrega vai continuar em alta e pode se tornar a principal ou até mesmo única fonte de receita em muitos casos. 5. Experiências culturais imersivas Como resposta ao isolamento social, os artistas e produtores culturais passaram a apostar em shows e espetáculos online, assim como ostours virtuais a museus ganharam mais destaque. De acordo com o estudo Hype Cycle, da consultoria internacional Gartner, Isso também se estende a outros setores como os esportes. Com certeza, isso vai fazer com que tudo fique com muito menos emoção. Já imaginou uma banda de rock se apresentando sem público ou a final do Brasileirão sem torcida? 6. Trabalho remoto O home office já era uma realidade para muita gente, de freelancers e profissionais liberais a funcionários de companhias que já adotavam o modelo. Mas essa modalidade vai crescer ainda mais. Com a pandemia, mais empresas —de diferentes portes— passaram a se organizar para trabalhar com esse modelo. Além disso, o trabalho remoto evita a necessidade de estar em espaços com grande aglomeração, como ônibus e metrôs, especialmente em horários de pico. 7. Morar perto do trabalho Essa já era uma tendência, e morar no centro de São Paulo se tornou um objeto de desejo para muitas pessoas justamente por conta disso, entre outros motivos. Mas, com o receio de novas ondas de contágio, morar perto do trabalho, a ponto de ir a pé e não usar transporte público, deve se tornar um ativo ainda mais valorizado. 8. Vendas on line Com o isolamento social, as vendas pela Internet tendem a crescer cada vez mais, passando a ser uma opção também para lojas que até então se valiam apenas do local físico. Isso fará com que as lojas tenham que se valer de uma competividade mais profissional, já que as vitrines físicas serão menos importantes na exposição de seus produtos. 9. Busca por maior conhecimento pessoal e profissional Num mundo em constante e rápida transformação, atualizar seus conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado. Mas a era de incertezas aberta pela pandemia aguçou esse sentimento nas pessoas, que passam, nesse primeiro momento, a ter mais contato com cursos online com o objetivo de aprender coisas novas, se divertir e/ou se preparar para o mundo pós-pandemia. Afinal, muitos empregos estão sendo fechados, algumas atividades perdem espaço enquanto outros serviços ganham mercado. 10. Educação à distância Se a busca por conhecimentos está em alta, o canal para isso daqui para frente será a EAD (educação à distância), cuja expansão vai se acelerar cada vez mais. Neste contexto, uma nova figura deve entrar em cena: os mentores virtuais. A Trend Watching aposta que devem surgir novas plataformas ou serviços que conectam mentores e professores a pessoas que querem aprender sobre diferentes assuntos. O conhecimento de línguas estrangeiras (principalmente Inglês e Espanhol) e informática serão cada vez mais definidores de oportunidades de emprego. Em resumo, de modo geral, consumidores, comércio, profissionais liberais e estudantes tem muito a evoluir nesse novo cenário, sob pena de serem ultrapassados por quem buscar conhecimento constante e observação de detalhes influenciadores de sucesso. Fonte:Humberto Beltran é professor de idiomas, pedagogo, cronista e radialista.

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